Cipriano Barata, o "esfarrapado"
Cipriano Barata de Alcantara, nasceu em 1764. Com boas
condições financeiras, teve o privilégio de poucos de estudar na Universidade
de Coímbra.
Mesmo com seus estudos e cultura, não se aproximou da
elite, seu olhar sempre foi para as classes desfavorecidas, escravos ou homens
livres.
Quando retornou ao Brasil, mesmo com seu estudo, Cipriano
foi para as lavouras se misturar, ver e entender o povo, discutindo problemas
em seu entorno. Participando e sendo preso na Conjuração Baiana (1788), apoiou
a República em 1817, lutou pela Independência e preparou a Conjuração do
Equador, em 1824.
Com todo seu carisma, amor, razão e vontade de fazer mais
pelo povo. Em 1821 foi escolhido deputado para representar o Brasil nas Cortes
de Coímbra. Uma coisa interessante e curiosa sobre o fato, é que mesmo em meio
á elite não deixou de lado sua simplicidade, e usou suas roupas de tecido de
algodão, seu chapéu de palha e suas sandálias de couro. Esse comportamento
ousado lhe rendeu o apelido de "esfarrapado".
Ele não foi apenas um político influente ou importante
jornalista, mas sim um grande e influente líder quando o Brasil deixava de ser
colônia, e passava a ser nação.
Ao voltar de Portugal em 1822, se fixou em Pernambuco,
iniciando sua peregrinação jornalística com o, “Sentinela da Liberdade na
Guarida de Pernambuco”, sendo o primeiro jornal republicano a circular pelo
Brasil.
Sentinelas
Em 1823 foi preso, fazendo suas peregrinações com o
jornal, para denunciar onde estava e dizer aos que queriam o calar que a informação
e sua opinião sobre os fatos sempre chegaria ao povo.
Após ser preso, seu
jornal passou a se chamar “Sentinela
da Liberdade na Guarita de Pernambuco Atacada e Presa na Fortaleza de Brum por Ordem
da Força Armada e Reunida”.
Misteriosamente escrevendo
e publicando seu jornal com o titulo denunciando sua localidade. Publicou “Sentinela da Liberdade hoje na Guarita do Quartel General do Pirajá na Bahia de
Todos os Santos. Transferido para o Forte de São Pedro”, considerado “mais seguro”; “Sentinela da Liberdade na Guarita do Forte de São Pedro na Bahia de
Todos os Santos”
Em 1830, na esperança de fazer
Cipriano se calar, o subornaram oferecendo três contos de réis, quantia
considerável na época e um sítio. Cipriano não só não aceitou o suborno, como
ainda o denunciou no jornal, desmascarando seu autor.
Foi solto em 1834, já com 70 anos,
velho e doente, mas ainda ativo. Foi para Pernambuco e se fixou, entre 1834 e
1835 publicou a sua ultima Guarita da
Liberdade em sua Primeira Guarita, a de Pernambuco.
Ainda muito perseguido, refugiou-se em
Natal, no Rio Grande do Norte, onde se manteve com muita dificuldade,
lecionando, ajudando o povo daquela região e dedicando-se a farmacêutica.
Faleceu em 11 de junho de 1838,
deixando “o exemplo de uma longa existência de lutas e privações inteiramente dedicadas
ao povo”.
E mesmo sendo uma grande figura na politica e no inicio do jornalismo brasileiro, não recebe seu devido valor no Brasil.
FONTES: Comunicação e Época - Sandra Lucia Lopes Lima; Diário do Nordeste
Comentários
Postar um comentário