Como seria o mundo sem produtos chineses?
Você acha que a China é importante na sua vida? Para ter certeza de que o país asiático possui grande relevância para você, um exercício muito simples está em analisar os seus aparelhos eletrônicos. Computador, tablet, celular e video game. Apesar de eles terem sido projetados por uma empresa americana, japonesa ou coreana, há grandes chances de a montagem ter ocorrido em território chinês.
E você consegue imaginar um mundo sem os produtos fabricados na China? É possível fazer esse exercício, mas não podemos sequer cogitar a possibilidade da manutenção dos preços baixos e, consequentemente, da popularidade atual de produtos eletrônicos. Confira agora como seria esse universo paralelo em que os produtos chineses não são uma realidade.
Mão de obra barata: um triste reflexo da superpopulação
A grande vilã nesse caso é a superpopulação chinesa. Com mais de um bilhão de habitantes, o país sofre para alocar todos os chineses em postos de trabalho que possam ser considerados saudáveis — não somente pelas atividades, mas devido à longa duração das jornadas e também pelas condições às quais são expostos. Vendo essa deficiência, os empregadores podem oferecer baixos salários, pois sabem que vai haver procura por eles.
Com muita mão de obra e pouco gasto com ela, as fábricas conseguem tornar muito mais barato o processo de produção nas linhas de montagem, o que gera uma maximização dos lucros — mas não aumentando os preços, pois isso faria com que as empresas contratantes procurassem outras fábricas. E isso tudo acaba sendo repetido ininterruptamente.
Mas e se a mão de obra chinesa fosse cara?
Como já ficou claro, é o baixo custo e alta oferta que tornam a China um ótimo polo industrial para as empresas que projetam equipamentos eletrônicos. Se não existisse essa oferta, seria necessário investir em fábricas em outros países. A Apple, por exemplo, possui linhas de montagem contratadas da Foxconn aqui no Brasil, mas o custo é bem mais alto do que o chinês.
Outros polos industriais teriam que ser explorados, o que aumentaria a disputa em todo o mundo. E quem sempre leva vantagem nesse caso são as montadoras, que fazem “leilões” entre diferentes nações para ver em que país teriam mais vantagens — impostos mais baixos, mão de obra facilitada e outros fatores. Sem a China, quem seria o grande “vencedor”?
Menos opções no mercado
Se existem centenas de smartphones e tablets no mercado, um dos grandes motivos é a capacidade de produção das fábricas chinesas. Não havendo essa disponibilidade, certamente teríamos uma redução no volume de produtos fabricados. Logo, as empresas teriam que limitar as linhas de montagem aos aparelhos com melhor saída — que geralmente são os tops de linha.
Utilizaremos agora um exemplo para facilitar a compreensão. A Samsung possui uma extensa linha de smartphones no mercado, sendo que há modelos econômicos e modelos mais caros. Na ausência de mão de obra e incentivos fiscais para produzir materiais muito variados, a empresa teria que se dedicar ao processo de fabricação dos aparelhos de melhor saída.
Popularização, cadê?
Com menor variedade e maiores custos, é claro que quem sofreria seriam os consumidores. Os preços seriam mais altos também para eles. Sem a produção chinesa, certamente não teríamos a popularização vários dos aparelhos eletrônicos, que hoje são acessíveis a grande parte dos consumidores. Acredite: o seu celular custaria muito mais do que custou.
Eletrônicos são só a ponta do iceberg
Nós estamos acostumados com os aparelhos eletrônicos sendo produzidos na China, mas nem sempre paramos para pensar na quantidade de produtos que vem do mesmo país. Roupas, calçados e brinquedos são excelentes exemplos de alguns materiais que estão nas prateleiras de todo o mundo e que são oriundos das fábricas chinesas.
Caso os produtos chineses não saíssem do país, é claro que isso nos afetaria diretamente. Novamente, teríamos aumento dos preços cobrados por outras empresas. Por consequência, teríamos também a valorização dos produtos nacionais, que passariam a integrar um pouco mais a lista de compras dos brasileiros.
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