O que aconteceria se todos os satélites da Terra paracem de funcionar?
Muita gente gostaria de ficar por um período longe dos meios de comunicações, além de poder tirar férias daquele celular que não para de tocar. Quando tudo isso é planejado, a “desintoxicação” pode ser bastante produtiva. Mas e se essa “vida offline” acabasse sendo repentinamente forçada, com uma pane generalizada em todos os satélites de comunicação do mundo?
As ameaças são reais. Tempestades solares, colisão com lixo espacial e meteoros ou até mesmo um ataque cibernético poderiam tirar satélites de operação. E de acordo com a BBC Future, esse tipo de cenário cria imagens em nossas mentes que, a princípio, até parecem românticas: pessoas longes das telas, curtindo um dia ensolarado. Mas somos bem mais dependentes dos satélites que orbitam nosso planeta do que imaginamos.
Uma manhã sem satélites
De acordo com o artigo de Richard Hollingham, a manhã do primeiro dia sem satélites de comunicação seria tranquila. Aviões não cairiam e a infraestrutura das cidades, como iluminação e fornecimento de água, não seriam prejudicados.
Algumas pessoas sentiriam falta da televisão, mas assumiriam que esse é um problema temporário. As emissoras de rádio não poderiam contar com correspondentes internacionais, mas ninguém entraria em pânico por causa disso. Porém, isso já causaria situações de riscos imediatos em outras áreas do planeta.
Em algum lugar dos Estados Unidos, por exemplo, um grupo de soldados poderia perder completamente a comunicação com um drone que estivesse sobrevoando uma área sob vigilância. A situação seria ainda pior se esse avião não tripulado estivesse armado com mísseis ou bombas.
Como se não bastasse, aeronaves e navios militares ficariam sem comunicação com seus comandantes e completamente vulneráveis a ataques. Os líderes mundiais sofreriam para se comunicarem e tentarem acalmar a situação.
Com o passar do tempo, milhares de pessoas se sentiriam isoladas do resto do mundo: trabalhadores que atuam em lugares remotos, cargueiros no meio do oceano, aviões comerciais que não conseguem se comunicar com as torres etc.
Sem GPS, o caos
Outra perda grande seria o Sistema de Posicionamento Global (GPS), que hoje auxilia empresas a entregarem encomenda mais rapidamente, assim como ajudar equipes de emergência a chegarem a qualquer viela escondida para salvar vidas.
E o GPS não serve apenas para isso. Ele também é peça fundamental para as transações que se baseiam em horários, como transações financeiras e até mesmo a comunicação por redes de computadores como a internet. Com uma confusão de horário entre as máquinas, toda a comunicação estaria prejudicada, incluindo serviços de backup ou na nuvem.
Tarde cheia de complicações
Mais para o fim da tarde, haveriam os primeiros cortes de energia, visto que sem comunicação o serviço de energia elétrica não conseguiria equilibrar o fornecimento por igual, disponibilizando mais carga para as áreas com mais demanda, por exemplo. Cidades com fornecimento de água computadorizado também teriam problemas e os engenheiros teriam que voltar a controla-lo manualmente.
Semáforos ficariam constantemente no vermelho, tornando todo o trânsito e meios de transporte bastante lento. Os celulares finalmente entrariam em colapso e as companhias aéreas seriam forçadas a cancelarem suas atividades, para não colocar em risco a vida dos passageiros.
Outro serviço que ficaria indisponível é o de previsão do tempo, que afetaria até mesmo a agronomia e o transporte de alimentos.
Noite anunciaria o fim do caos?
Depois de perdermos comunicação, transporte, energia elétrica, sistemas de computadores e de o mundo paralisar transações financeiras e negócios, governos teriam que implementar medidas de emergência para manter a ordem pública.
Caso a ausência de satélites continue, a população teria que enfrentar novos desafios diariamente. Até mesmo o resgate de pessoas em desastres ficaria mais difícil, visto que não seria possível gerar imagens da região com tanta facilidade.
Mas é claro que todo o cenário descrito aqui só aconteceria se todos os satélites falhassem ao mesmo tempo, o que é muito improvável de acontecer. É mais esperado que falhas desse tipo afetem apenas parte dos equipamentos em órbita. Mas uma coisa é certa: estamos cada vez mais dependentes desse tipo de tecnologia, a ponto de o mundo mudar drasticamente sem ela.
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